16 fev 20

O inesperado surto do novo coronavírus (Covid-19) na cidade de Wuhan, na província de Hubei, na China, é o maior desafio enfrentado pelo governo de Xi Jinping no âmbito doméstico desde que assumiu a Presidência do país em 2013. Em meio a essa fatalidade, a China tem mostrado para o mundo não só a eficiência do seu modelo de governança, mas, também, um senso de responsabilidade à altura de sua grandeza econômica.
Contrastando com o modo como a China lidou com a epidemia da Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave) no fim de 2002, o governo atual agiu rápido e foi transparente na batalha contra o coronavírus. A primeira ação deu-se no âmbito político.
As duas principais lideranças chinesas fizeram o que se espera de governantes sérios diante de uma situação dramática em seu país. De um lado, o primeiro-ministro Li Keqiang foi à cidade de Wuhan para visitar pacientes e médicos e tomar medidas urgentes; de outro, o presidente Xi Jinping reuniu-se, em Pequim, com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, ciente da necessária cooperação multilateral. Ambos concordaram com o envio de especialistas internacionais à China para se unir aos colegas chineses e trabalhar na solução da crise e orientar os esforços de resposta global.
Tais atos discrepam dos países cujos governantes são insensíveis às catástrofes ocorridas em seu próprio território ou que desprezam as organizações internacionais.
O mundo parece reconhecer que o modelo de governança da China tem mostrado o seu valor para gerir uma situação de emergência em um país com quase 1,4 bilhão de pessoas.
21 dez 19

A relação do Brasil sob a presidência do Bolsonaro com a China tem sido um tema presente desde o final de 2018 durante a eleição. O segundo semestre deste ano de 2019 foi decisivo para a relação bilateral em razão da visita do Bolsonaro à China e a do Xi Jinping ao Brasil no contexto da XI Cúpula do BRICS. Em entrevista para a Sputnik pude falar deste tema e, também, da guerra comercial dos EUA contra a China e seus impactos sobre o Brasil. A entrevista pode ser acessada clicando aqui.
18 nov 19

Compartilho com vocês a longa entrevista que dei para a CGTN (China Global Television Network) no programa Diálogo e que teve como tema a Cúpula do BRICS no Brasil. O programa foi gravado no mês passado em Beijing e está em português e em espanhol. Foi a mais completa exploração do tema que tive oportunidade de fazer na mídia para esta Cúpula. Clique aqui ou na imagem para acessar o vídeo.
03 out 19
As manifestações em Hong Kong ganham o noticiário nas mídias ocidentais. Sobre este assunto há diversas visões e muitas delas enviesadas seja por desconhecimento do contexto histórico e atual, seja por estarem comprometidas com certas posições políticas. Tenho procurado expor meu ponto de vista visando esclarecer o que está em jogo a partir dos fatos. A EBC me entrevistou em agosto de 2019 e pude expor minha opinião. Esta entrevista ficou mais completa se comparada a minha participação no Fantástico da Rede Globo. A entrevista está disponível clicando aqui.
06 ago 19

No mês de abril passado pude participar, em Beijing, da inauguração do Belt and Road Studies Network(BRSN), um empreendimento do Instituto Xinhua e mais quinzethink tanks, que tem o objetivo de promover estudos e intercâmbios acadêmicos sobre a iniciativa Cinturão e Rota. O evento ocorreu uma semana antes do 2º Fórum do Cinturão e Rota para a Cooperação Internacionalque teve lugar também na capital chinesa e que reuniu 37 chefes de estado e de governo, além de diversas organizações internacionais. Foi, para mim, uma oportunidade para entender melhor o alcance e a importância da iniciativa, bem como a disposição do governo chinês de promovê-la de maneira aberta ao diálogo.
A expressão “Cinturão e Rota” é a forma abreviada do Cinturão Econômico da Rota da Seda e da Rota da Seda Marítima do Século 21. Ambas as iniciativas foram propostas por Xi Jinping durante a sua visita à Ásia Central e ao Sudeste Asiático, no fim de 2013, e visam criar um equivalente do século XXI da antiga Rota da Sedaque data de mais de 2000 anos atrás e que conectava, através de diversas rotas comerciais e trocas culturais, as principais civilizações da Ásia, Europa e África. Mas agora os tempos são outros e a evolução tecnológica pode fazer nascer uma nova rota global da seda.
28 abr 19

A revista China Hoje está no seu quarto ano de publicação e em todas as edições publico uma coluna abordando assuntos relacionados à China. Na edição 22 (janeiro/fevereiro) abordei os 40 anos da reforma e abertura da China que foram comemorados no ano de 2018. O texto integral pode ser acessado clicando aqui ou na foto acima que foi tirada quando visitei, no final do ano passado, a exposição em Guangzhou sobre a evolução da China de 1978 até os dias de hoje. Segurando a pá está a escultura (muito bem feita, por sinal) do Deng Xiaoping, o arquiteto da reforma e da abertura da China para o mundo.
Boa leitura!
28 abr 19

No dia 26 de março de 2019 participei do ECOA PUC-Rio que teve como tema a CHINA! Parabéns à PUC pela iniciativa e foi um prazer participar do evento que tem um formato parecido com o TED. Eu tinha 15 minutos para falar sobre o tema que escolhi: “A Nova Era da China e o Sonho Chinês”. Um pouco de China contemporânea, de filosofia chinesa, história, sociedade e cultura. No link vocês terão acesso a todas as palestras que foram feitas no dia. Vale a pena assistir a todas. Mas se quiser ir direto para a minha palestra, é só clicar aqui ou na imagem acima e ir direto para às 07h:04m:50s do vídeo.
Espero que gostem!
14 jan 19

Shenzhen – 40 anos da política de reforma e abertura na China.
Em 18 de dezembro do ano passado, a China celebrou os 40 anos da política de reforma e abertura iniciada em 1978. Depois da fundação da República Popular da China, em 1949, esta política é o evento mais importante que marca uma virada histórica nos rumos do país. Naquele ano de 1978, a economia chinesa estava em colapso após a controvertida Revolução Cultural (1966-1976). A morte de Mao Zedong, dois anos antes, mergulhara o Partido Comunista da China em um período de incertezas devido às disputas internas pelo poder e pela orientação política a ser dada para o futuro. Em meio a este contexto, a figura de destaque foi Deng Xiaoping. Após assumir a liderança do Partido, Deng defendeu uma política de reforma e abertura com o objetivo de modernizar o país. O plano de modernização se baseava, principalmente, na atração de investimentos estrangeiros. No âmbito da política externa, a China buscava equilibrar-se entre as duas superpotências da época, Estados Unidos e União Soviética, sem se alinhar a qualquer uma delas. O que prevalecia era o esforço concentrado na defesa do interesse nacional identificado com o crescimento econômico.
Deng Xiaoping sofreu resistências e enfrentou críticas dentro do Partido oriundas de pessoas que viam na sua política de reforma a abertura o risco de promover uma evolução pacífica do socialismo para o capitalismo. Entretanto, o que ali nascia era um modelo de desenvolvimento econômico peculiar que passou a ser conhecido como “socialismo com características chinesas”.