Sobre a “sinergia” entre BRI e o Brasil
O debate sobre a relação da política externa brasileira com a Iniciativa Cinturão e Rota (BRI, na sigla em inglês) permanece em aberto. O Brasil propôs uma “sinergia” entre os seus programas de desenvolvimento e a BRI. Uma proposta que é percebida pelo lado brasileiro como a mais adequada para não parecer estar subordinando a sua política externa àquela de seu maior parceiro comercial.
A “sinergia” poderia ganhar contornos maiores se envolvesse a participação conjunta na decisão e execução daqueles projetos na América do Sul que estão sendo apresentados pelo governo chinês como iniciativas dentro do guarda-chuva da BRI. O Brasil poderia propor um forum sobre a BRI na América do Sul a fim de discutir com todos como tais projetos de infraestrutura e outros poderiam favorecer a formação de uma comunidade latinoamericana de nações (em atenção ao que estabelece a nossa Constituição Federal). Mas, ao optar por ficar de fora da nova rota da seda, perde-se um argumento relevante para tal pretensão na ação de política externa brasileira na sua relação com a China.
Com esta breve reflexão explico melhor o meu comentário para esta matéria do Vinicius Neder para O Globo (clique aqui).
“Carvalho considera um erro olhar para a BRI apenas pela ótica do financiamento à infraestrutura. Para ele, o Brasil poderia atuar como coordenador regional, na América do Sul ou na comunidade de países de língua portuguesa, dos investimentos chineses”.
https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2024/11/22/vale-a-pena-o-brasil-ficar-de-fora-da-nova-rota-da-seda.ghtml
(foto: Freepik)