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28 nov 15

Xi Jinping e Obama construindo o século XXI

obama-xiEm setembro deste ano de 2015 o Presidente da China, Xi Jinping, fez uma visita de Estado aos EUA e reuniu-se com o Presidente Barack Obama. Trata-se do encontro das duas maiores economias do mundo. Não é um fato trivial. O futuro do mundo depende, cada vez mais, do entendimento entre estas duas potências na definição de padrões de comportamento e regras internacionais que balizarão a competição mundial no campo do comércio, das finanças, da tecnologia etc., sem deixar que as questões mais controversas conduzam o mundo inteiro para o abismo.

Quando a administração Obama, em 2012, redefiniu a política externa estadunidense dando ênfase à Ásia Oriental, explicitou para todos os países uma tendência já percebida pelos analistas mais atentos: o centro do mundo se deslocava da Europa e Oriente Médio para a região onde a influência do então Império do Meio, torna-se, hoje em dia, um caminho sem volta. Desde então, estudiosos e autoridades procuram compreender esta nova realidade. Dois grandes eixos de reflexão disputam a narrativa deste século: o primeiro é influenciado por uma mentalidade típica da Guerra Fria e vê a ascensão chinesa como uma ameaça para o mundo. Os defensores desta perspectiva confiam aos EUA o direito de ser o fiador último da paz mundial e apoiam a continuidade do modelo atual de organização da sociedade internacional; o outro eixo de reflexão, sem negar os riscos que há em toda relação entre gigantes, entende que o renascimento econômico da China contribui para o fortalecimento de um mundo multipolar – condição verdadeira para uma ordem internacional mais pacífica. Os defensores deste ponto de vista apoiam a reforma das instituições internacionais a fim abranger mais atores com capacidade decisória a fim de aplacar as atuais e futuras tensões internacionais.

A premissa do primeiro eixo é que o conflito EUA-China será inevitável se nada se fizer para conter a China; já para os que se filiam ao segundo eixo, a cooperação mais estreita entre as duas grandes potências é o caminho necessário para a paz já que a ascensão chinesa – e não o conflito – é inevitável. Independentemente da preferência por uma ou outra narrativa, o fato comum entre elas é que o futuro dos demais países está atrelado, em maior ou menor grau, às decisões tomadas pelas duas potências, seja isoladamente ou bilateralmente.

O Brasil precisa acompanhar atentamente a relação sino-estadunidense.